Introdução:
Tem distribuição cosmopolita, sendo
estimado cerca de 1 bilhão de pessoas infectadas no mundo, das quais 350
milhões apresentam idade inferior a 15 anos, geralmente estão expostos a
infecções com alta carga parasitária, apresentando os quadros mais graves desta
helmintose. É mais prevalente em regiões de clima quente e úmido, e condições
sanitárias precárias.
Relatos da presença de ovos no solo, em
coprólitos ou no intestino de múmias sugerem que a tricuríase era endêmica por
toda Eurásia, mesmo em regiões de clima temperado. O fato de atualmente se
observar alta prevalência em regiões tropicais e subtropicais é, provavelmente,
consequência da melhoria das condições sanitárias das populações humanas
residentes em regiões temperadas.
O homem é o principal hospedeiro, e o
única relevante para a transmissão desta infecção, mas existem relatos da
infecção de porcos e macacos.
Ciclo
Biológico:
É do tipo monoxênico, onde fêmeas e
machos que habitam o intestino grosso se reproduzem sexuadamente e os ovos são
eliminados para o meio externo com as fezes. O embrião contido no ovo
recém-eliminado se desenvolve no ambiente para se tornar infectante, e estes
podem contaminar alimentos e água que serão ingeridos pelo homem.
Após a ingestão dos ovos, as larvas
eclodem no intestino delgado, penetram na mucosa do duodeno. Depois de alguns
dias vão para a luz intestinal e migram para região cecal onde completam seu
desenvolvimento. No ceco as larvas desenvolvem-se em vermes adultos que copulam
e há a postura de ovos que são eliminados juntamente com as fezes.
Patogenia:
Há um descaso das autoridades de saúde
pública devido à grande proporção de casos assintomáticos da doença e da falta
de informações quanto à cronicidade. A gravidade depende da carga parasitária,
mas outros fatores como idade do hospedeiro, estado nutricional e a
distribuição dos vermes adultos no intestino também têm importante influência.
A maioria dos paciente com infecções leves é assintomática ou apresenta
sintomatologia intestinal discreta (dor abdominal).
Na infecção severa pode-se observar
diarreia intermitente, dor abdominal, anemia, desnutrição, formação de prolapso
retal, ulceras, urticária.
Diagnóstico:
O quadro clínico da tricuríase não é
específico, deve ser confirmado laboratorialmente, sendo que o diagnóstico
específico é realizado pela demonstração de ovos do parasito nas fezes. Já para
estudos epidemiológicos em áreas endêmicas, o método mais utilizado é o
Kato-Katz.
Epidemiologia:
Os humanos são a única fonte
epidemiologicamente relevante da infecção por T. trichiura. O sucesso da transmissão depende de condições
ambientais, que favoreçam o desenvolvimento e a sobrevivência de ovos no
ambiente e da inexistência de saneamento básico adequado, que permite a
contaminação ambiental.
Profilaxia:
- Educação sanitária/ em saúde;
- Contrução de redes de esgoto, com
tratamento e/ou fossas sépticas;
- Proteção dos alimentos contra insetos
e poeira;
- Tratamento de toda população com
drogas ovicidas, pelos menos, durante 3 anos consecutivos.
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