sábado, 13 de abril de 2013

Schistosoma mansoni


Schistosoma mansoni

Parasitos adultos (Macho e Fêmea)

Habitat:
Vermes adultos: Vivem no sistema porta. Os esquistossomulos chegam ao fígado, amadurecem (sexual) e migram para veia mesentérica inferior, principalmente na parede intestinal do plexo hemorroidário, onde se acasalam.

Ciclo Biológico:



Quando o parasito atinge a forma adulta no sistema vascular do hospedeiro, ele atinge as veias mesentérica, migrando contra a corrente circulatória; as fêmeas fazem a postura no nível da submucosa e chegam à luz intestinal. Não são todos os ovos que atingem a luz, mas os que conseguem vão para o exterior junto com o bolo fecal.
Alcançando a água, os ovos liberam o miracídeo, e este é atraído pelo molusco. Esta atração seria decorrente da detecção pelo miracídio, de substâncias produzidas pelos moluscos. O contato com o tegumento do caramujo, o esporocisto apresenta movimento amebóide, que diminui até a imobilidade da larva. O esporocisto I dobra de tamanho e passa a apresentar, em seu interior, ramificações tubulares. Em condições idéias de temperatura ocorre à formação II, este, depois de atingir seu destino final, apresenta três áreas estruturais: (1) poro de nascimento, (2) área com cercarias desenvolvidos ou em desenvolvimento, (3) com células embrionárias.
A formação da cercaria ocorre em condições idéias de temperatura. Um único micacídio pode gerar 100 a 300 mil cercarias, e cada miracídeo já leva definido o sexo das cercarias. Esta forma evolutiva nada ativamente na água até encontrar seu hospedeiro definitivo, ao alcançar a pele do homem se fixam com o auxílio das duas ventosas e de uma substânciamucoproteica. Apoiam-se na pele pela ventosa oral, por ação das glândulas de penetração do corpo cercariano e a concomitante perda da cauda.
Após a penetração, as larvas resultantes, as esquistossomulos migram para o tecido subcutâneo, e ao penetrarem no vaso, são levados passivamente da pele até os pulmões. Depois se dirigem para o sistema porta, onde os esquistossomulos se alimentam e se desenvolvem transformando-se em fêmea e macho. Daí migram, acasalados, para o território da veia mesentérica inferior, onde farão ovoposição. Os ovos são depositados nos tecidos e depois amadurecem formando miracídeos.

Transmissão:
Penetração ativa das cercarias na pele e mucos, mais especificamente, nas regiões que mais ficam em contato com águas contaminadas (pés e pernas, p. e).

Patogenia:
Está ligada a fatores como: cepa do parasito, carga parasitária adquirida, idade, estado nutricional e resposta imunitária da pessoa.
- Cercaria: provoca dermatite cercariana; é caracterizada por sensação de comichão, erupção urticariforme, eritema, edema, pequenas pápulas e dor; é mais intensa nas reinfecções (hipersensibilidade); processo imunoinflamatório.
- Esquistossomulos: 3dias após a penetração das cercarias na pele, os esquistossomulos são levados para o pulmão; depois podem ser encontrados nos vasos do fígado e, posteriormente, no sistema porta-hepático, fase onde pode haver linfademia generalizada, febre, aumento volumétrico do baço e sintomas pulmonares.
- Vermes adultos:com a maturação no sistema porta, eles migram principalmente para veia mesentérica inferior. Os vermes permanecem lesões circunscritas no fígado (são arrastados pela circulação).
- Ovos: são os elementos fundamentais da patogenia. Quando em pequeno número atinge a luz intestinal, as lesões são mínimas, com reparações teciduais rápidas; quando em grande número podem provocar hemorragias, edema da submucosa e fenômenos degenerativos, com ulcerações pequenas e superficiais que são reparadas com reconstituição da integridade do tecido. Os ovos que atingem o fígado causam as alterações mais importantes. A disposição dos ovos nos tecidos do hospedeiros promoverá formação do granuloma, e são essas lesões granulomatosas as principais responsáveis pelas variações clínicas e pelas complicações digestivas e circulatórias.
Esquistossomose Aguda
- Fase pré-postural: sintomatologia variada após 10-35 dias após infecção; pode ser assintomática, ou apresentar mal estar, com ou sem febre, tosse, dores musculares, desconforto abdominal e hepatite aguda.
- Fase aguda: Aparece aos 50 dias e dura até mais ou menos 120 dias; pode ocorrer disseminação dos ovos, com áreas de necrose, levando a uma enterocolite aguda e no fígado provoca granulomas, o que caracteriza a forma taxêmica que pode aprensenta-se como doença aguda, febril, acompanhada de sudorese, calafrios, emagrecimento, fenômenos alérgicos, diarréia, disenteria, cólicas, discreta hepatoesplenomegalia, linfademia, leucocitose com eosinofilia, discretas alterações nas funções hepáticas.
Esquistossomose Crônica
- Intestino: diarréia mucosanguinolenta, dor abdominal e tenismo; pode haver fibrose da alça retossigmóide, o que leva à diminuição do peristaltismo e constipação constante; na maioria dos casos é benigna com alguns granulomas nodulares.
- Fígado: ocorre apartir do inicio da ovoposição e formação de granulomas; no início o fígado apresenta-se com aumento de volume e bastante doloroso à palpação, os ovos prendem-se nos espaçoes porta formando numerosos granulomas; em fase mais avançada o fígado pode estar menor e fibrosado, retração da cápsula hepática por fibrosamento dos espaços porta o que provoca formação de saliências ou lobulações.
- Esplenomegalia: hiperplasia do tecido reticular e dos elementos do sistema monocítico fagocitário que é provocada por um fenômeno imunoalérgico.
- Ascite (barriga d’água): visto nas formas hepatoesplênicas mais grave e decorre das alterações hemodinâmicas, principalmente hipertensão.

Diagnóstico:
- Clínico: deve-se levar em conta a fase da doença; importante a anamnese detalhada.
- Laboratorial: parasitológico de fezes como método de sedimentação ou método de Kato-Katz (encontro de ovos do parasito nas fezes); biopsia ou raspagem da mucosa retal; reação de imunofluorescência indireta; ELISA; PCR.

Epidemiologia:
O homem é o principal hospedeiro vertebrado; tem origem, no Brasil, na importação de escravos africanos; as modificações ambientais produzidas pela atividade humano tem papel fundamental, favorecendo a proliferação dos moluscos e promovendo a infecção dos mesmos através do sistema de descarga de instalações sanitárias nas coleções aquáticas peridomiciliares; faixas etárias mais jovens apresentam maior prevalência e as cargas parasitárias mais altas (sistema imunológico, sistema endócrino e aspectos comportamentais; atividades recreativas e profissionais.

Profilaxia:
De modo geral, o saneamento básico, a educação sanitária e o tratamento dos doentes são as medidas que apresentam melhor eficácia no controle da transmissão e da mobilidade da doença.

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