Schistosoma mansoni
Vermes adultos: Vivem no sistema porta.
Os esquistossomulos chegam ao fígado, amadurecem (sexual) e migram para veia
mesentérica inferior, principalmente na parede intestinal do plexo
hemorroidário, onde se acasalam.
Quando o parasito atinge a forma adulta
no sistema vascular do hospedeiro, ele atinge as veias mesentérica, migrando
contra a corrente circulatória; as fêmeas fazem a postura no nível da submucosa
e chegam à luz intestinal. Não são todos os ovos que atingem a luz, mas os que
conseguem vão para o exterior junto com o bolo fecal.
Alcançando a água, os ovos liberam o
miracídeo, e este é atraído pelo molusco. Esta atração seria decorrente da
detecção pelo miracídio, de substâncias produzidas pelos moluscos. O contato
com o tegumento do caramujo, o esporocisto apresenta movimento amebóide, que
diminui até a imobilidade da larva. O esporocisto I dobra de tamanho e passa a
apresentar, em seu interior, ramificações tubulares. Em condições idéias de
temperatura ocorre à formação II, este, depois de atingir seu destino final,
apresenta três áreas estruturais: (1) poro de nascimento, (2) área com
cercarias desenvolvidos ou em desenvolvimento, (3) com células embrionárias.
A formação da cercaria ocorre em
condições idéias de temperatura. Um único micacídio pode gerar 100 a 300 mil
cercarias, e cada miracídeo já leva definido o sexo das cercarias. Esta forma
evolutiva nada ativamente na água até encontrar seu hospedeiro definitivo, ao
alcançar a pele do homem se fixam com o auxílio das duas ventosas e de uma
substânciamucoproteica. Apoiam-se na pele pela ventosa oral, por ação das
glândulas de penetração do corpo cercariano e a concomitante perda da cauda.
Após a penetração, as larvas
resultantes, as esquistossomulos migram para o tecido subcutâneo, e ao
penetrarem no vaso, são levados passivamente da pele até os pulmões. Depois se
dirigem para o sistema porta, onde os esquistossomulos se alimentam e se
desenvolvem transformando-se em fêmea e macho. Daí migram, acasalados, para o
território da veia mesentérica inferior, onde farão ovoposição. Os ovos são
depositados nos tecidos e depois amadurecem formando miracídeos.
Transmissão:
Penetração ativa das cercarias na pele e
mucos, mais especificamente, nas regiões que mais ficam em contato com águas
contaminadas (pés e pernas, p. e).
Patogenia:
Está ligada a fatores como: cepa do
parasito, carga parasitária adquirida, idade, estado nutricional e resposta
imunitária da pessoa.
- Cercaria: provoca dermatite
cercariana; é caracterizada por sensação de comichão, erupção urticariforme,
eritema, edema, pequenas pápulas e dor; é mais intensa nas reinfecções
(hipersensibilidade); processo imunoinflamatório.
- Esquistossomulos: 3dias após a penetração das cercarias na pele, os esquistossomulos
são levados para o pulmão; depois podem ser encontrados nos vasos do fígado e,
posteriormente, no sistema porta-hepático, fase onde pode haver linfademia
generalizada, febre, aumento volumétrico do baço e sintomas pulmonares.
- Vermes adultos:com a maturação no
sistema porta, eles migram principalmente para veia mesentérica inferior. Os
vermes permanecem lesões circunscritas no fígado (são arrastados pela
circulação).
- Ovos: são os elementos fundamentais da
patogenia. Quando em pequeno número atinge a luz intestinal, as lesões são
mínimas, com reparações teciduais rápidas; quando em grande número podem
provocar hemorragias, edema da submucosa e fenômenos degenerativos, com
ulcerações pequenas e superficiais que são reparadas com reconstituição da
integridade do tecido. Os ovos que atingem o fígado causam as alterações mais
importantes. A disposição dos ovos nos tecidos do hospedeiros promoverá
formação do granuloma, e são essas lesões granulomatosas as principais
responsáveis pelas variações clínicas e pelas complicações digestivas e
circulatórias.
Esquistossomose Aguda
- Fase pré-postural: sintomatologia variada após 10-35 dias após infecção; pode ser
assintomática, ou apresentar mal estar, com ou sem febre, tosse, dores
musculares, desconforto abdominal e hepatite aguda.
- Fase aguda: Aparece aos 50 dias
e dura até mais ou menos 120 dias; pode ocorrer disseminação dos ovos, com
áreas de necrose, levando a uma enterocolite aguda e no fígado provoca
granulomas, o que caracteriza a forma taxêmica que pode aprensenta-se como
doença aguda, febril, acompanhada de sudorese, calafrios, emagrecimento,
fenômenos alérgicos, diarréia, disenteria, cólicas, discreta
hepatoesplenomegalia, linfademia, leucocitose com eosinofilia, discretas
alterações nas funções hepáticas.
Esquistossomose Crônica
- Intestino: diarréia mucosanguinolenta, dor abdominal e tenismo; pode haver
fibrose da alça retossigmóide, o que leva à diminuição do peristaltismo e
constipação constante; na maioria dos casos é benigna com alguns granulomas
nodulares.
- Fígado: ocorre apartir do inicio da
ovoposição e formação de granulomas; no início o fígado apresenta-se com
aumento de volume e bastante doloroso à palpação, os ovos prendem-se nos
espaçoes porta formando numerosos granulomas; em fase mais avançada o fígado
pode estar menor e fibrosado, retração da cápsula hepática por fibrosamento dos
espaços porta o que provoca formação de saliências ou lobulações.
- Esplenomegalia: hiperplasia do tecido
reticular e dos elementos do sistema monocítico fagocitário que é provocada por
um fenômeno imunoalérgico.
- Ascite (barriga d’água): visto nas
formas hepatoesplênicas mais grave e decorre das alterações hemodinâmicas,
principalmente hipertensão.
Diagnóstico:
- Clínico: deve-se levar em conta a fase da doença; importante a anamnese
detalhada.
- Laboratorial: parasitológico de fezes
como método de sedimentação ou método de Kato-Katz (encontro de ovos do
parasito nas fezes); biopsia ou raspagem da mucosa retal; reação de
imunofluorescência indireta; ELISA; PCR.
Epidemiologia:
O homem é o principal hospedeiro
vertebrado; tem origem, no Brasil, na importação de escravos africanos; as
modificações ambientais produzidas pela atividade humano tem papel fundamental,
favorecendo a proliferação dos moluscos e promovendo a infecção dos mesmos
através do sistema de descarga de instalações sanitárias nas coleções aquáticas
peridomiciliares; faixas etárias mais jovens apresentam maior prevalência e as
cargas parasitárias mais altas (sistema imunológico, sistema endócrino e
aspectos comportamentais; atividades recreativas e profissionais.
Profilaxia:
De modo geral, o saneamento básico, a
educação sanitária e o tratamento dos doentes são as medidas que apresentam
melhor eficácia no controle da transmissão e da mobilidade da doença.