sábado, 13 de abril de 2013

Ancylostoma sp e Necator americanus


Ancylostoma sp e Necator americanus


Parasitos adultos (Ancylostoma sp/ Necator americanus)
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Introdução:
Ancylostomidae é uma das famílias mais importantes de Nematoda, causando a ancilostomose (“amarelão”). São 3 agentes das ancilostomoses humanas: Ancylostoma duodenale, Necator americanos e Ancylostoma ceylanicum.
Geralmente são negligenciadas, têm grande importância no contexto universal (60 mil morrem anualmente); tem ampla distribuição geográfica. O A. duodenale é considerado o ancilostoma do “Velho Mundo”, predominante nas regiões temperadas embora ocorra em regiões tropicais. O N. americanos é conhecido como ancilostoma do “Novo mundo” ocorre em regiões tropicais, onde predominam temperaturas altas.

Ciclo Biológico:



O ciclo é do tipo fecal-cutâneo (podendo também ser oral), não necessita de hospedeiros intermediários. Existem 2 fases de desenvolvimento: a 1ª se desenvolve no meio exterior (de vida livre) e a 2ª se desenvolve no hospedeiro definitivo (vida parasitária).
Os ovos depositados pela fêmea após a cópula são eliminados peças fezes. No meio exterior, necessitam de ambiente propício: boa oxigenação, alta umidade (>90%) e temperatura elevada. São condições indispensáveis para o processo embrionário, formação de larva de 1º estágio (L1) do tipo rabditoide e sua eclosão. No ambiente, L1 aprsenta movimentos serpentiformes e se alimenta de matéria orgânica e microrganismos, perdem a cutícula externa e ganham uma nova, transformando em larva de 2º estágio (L2), que também é do tipo rabditoide. A L2 começa a produzir um cutícula internamente, que passa a cobrir a cutícula velha, transformando-se em larva de 3º estágio (L3) do tipo filarióide, larva infectante. A larva L3 penetra ativamente através da pele, mucosa e conjuntiva, ou passivamente por via oral.
Após a penetração, as larvas alcançam a circulação sanguínea e/ou linfática, e chegam ao coração, indo pelas artértias pulmonares para os pulmões. Atingindo os alvéolos, as larvas migram para os bronquíolos; dos brônquios atingem a traquéia, faringe e laringe, quando então são deglutidas, alcançando o intestino delgado. Nos pulmões L3perde cutícula e ganha nova, transformando-se em larva de 4º estágio (L4), posteriormente ocorre a transformação em larvas de 5º estágio (L5) e depois em adultos. Os espécimes adultos, exercendo a hematofagia, iniciam a cópula, seguida de postura.
Quando a penetração de L3 é por via oral, L3 perde a cutícula no estômago (ação do suco gástrico) e migram para o intestino delgado. À altura do duodeno penetram na mucosa e mudam para L4, em seguida voltam para a luz intestinal, fixam-se à mucosa e inicial o repasto sanguíneo, devendo depois mudar para L5 e em adultos, dando início à cópula e deposição de ovos.

Patogenia:
Fase Aguda: as dermatites por larvas de ancilostomídeos, quando não apresentam maiores complicações, tendem a cessar após 10 dias; as alterações pulmonares são pouco usuais, mas pode ocorrer tosse de longa ou curta duração e febrícula; os sinais e sintomas gastrointestinais (dor epigástrica, diminuição do apetite, indigestão, cólica, indisposição, náuseas, vômitos, flatulências, podendo ocorrer diarreia sanguinolenta e constipação).
Fase Crônica: determinada pela presença do verme adulto que, associado à espoliação sanguínea e à deficiência nutricional, irá caracterizar a fase de anemia.

Diagnóstico:
Os exames de fezes, por método quantitativo que indica ou não a presença de ovos, são feitos pelos métodos de sedimentação espontânea (Hoffman, Pons e Janer- HPJ) e de sedimentação por centrifugação (MIFC ou Willis). Para se avaliar o grau de infecção do paciente, utiliza-se o método quantitativo de Stoll (número de ovos por grama de fezes- OPG). Pela semelhança dos ovos a identificação de gênero e espécie só é possível pelo método de coprocultura.

Epidemiologia:
- Maior prevalência em escolares e lactentes de 4 a 12 meses;
- O único hospedeiro é o homem;
- Presença de indivíduos descalços que visitam os focos;
- Tipo de solo, umidade e temperatura existentes no peridomicílio;
- Longevidade das larvas infectantes (mais ou menos 45 dias).

Profilaxia:
- Educação sanitária;
- Uso de privadas ou fossas sépticas para toda população;
- Uso de calçados; alimentação adequada, rica em proteína, sais minerais, vitaminas, etc.

Observação:
É o bicho geográfico, vem do gato ( A. braziliensis) ou do cão (A. caninus), que não evolui para adulto, então não desenvolve o ciclo dentro do hospedeiro.

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