Introdução:
O S.
stercoralis apresenta distribuição mundial, especialmente nas regiões
tropicais, a maioria infectando mamíferos, entre eles cães, gatos e macacos. O
parasito do cão é morfologicamente indistinguível do humano.
No Brasil, a importânica deste parasito
como agente etiológico de estrongiloidiase ou estrongiloidose é por causa da
elevada prevalência em regiões tropicais e subtropicais, a facilidade de
transmissão, o caráter da cronicidade e auto-infecção, originando formas de
hiperinfecção e disseminação, alem da possibilidade de reagudização em
indivíduos imunodeprimidos, evoluindo muitas vezes para o óbito.
Trata-se de um parasita do intestino
delgado; a doença é negligenciada.
Alguns fatores como neoplasia, diabete, e alcoolismo interferem no curso da
doença. O individuo alcoólatra, por exemplo, possui a mucosa gástrica e
intestinal destruída. A gestante infectada deve ser tratada após o parto. E
existe um controle de cura parasitológico, no qual amostras de fezes coletados
dia sim e dia não ( 7 amostras), devem ser negativas.
As larvas rabditóides eliminadas nas
fezes do indivíduo são de 3 tipos diferentes: triplóides (3n) que evoluirá para
larva filarióide infectante -> ciclo direto; diplóide (2n) evoluirá para
fêmea de vida livre e haplóide (1n) que evoluem para macho de vida livre ->
macho e fêmea completam o ciclo indireto. Isso ocorre devido a constituição da
fêmea partenogenética. No ciclo indireto, os ovos originados do acasalamento
das formas adultas de vida livre serão triplóides (3n) e as larvas rabditóides
evoluem para larva filarióide infectante. Os ciclos direto e indireto se
completam pela penetração ativa das larvas (L3) na pele, mucosa oral, esofágica
ou gástrica, as larvas podem atingir a circulação venosa e linfática e seguem
para os pulmões e coraçao. Nos capilares pulmonares, transformam-se em L4,
atravessam a membrana alveolar e, através da migração pela arvore brônquica
chegam a faringe. Podem ser expelidas ou deglutidas, atingindo o intestino
delgado, onde se transforam em fêmeas partenogenéticas. Os ovos são depositados
na mucosa intestinal e as larvas alcançam a luz intestinal. A auto infecção
pode ocorrer pela transformação da larva rabditóide em filarióide na região
perianal, ai penetrando, ou a transformação ocorre ainda na luz intestinal
penetrando na mucosa (íleo ou cólon), causando hiperinfecção e disseminação.
Patogenia:
Formas graves:
- Antro pilórica do intestino grosso
- Interior das criptas da mucosa
intestinal
- Secreção de lúmen intestinal
Formas
sistêmicas disseminadas:
- Fígado;
- Pulmões;
- Miocárdio;
- Ducto biliar;
- Vesicula biliar;
- Sistema nervoso central;
- Coração;
- Pâncreas;
Fatores pré disponentes:
- Migração das larvas no ciclo pulmonar;
- Permanência e multiplicação na mucosa
intestina e locais ectópicos;
- Grau de infecção parasitária;
- Estado nutricional do hospedeiro;
- Estado imunológico do hospedeiro.
Manifestações clínicas:
- Cutânea: assintomática/ sintomáticos:
eritrema, prurido, edema local, lesões urticariformes, placas eritemato-
pruriginosa.
Ocasionalmente
a larva filarióide assume um trajeto errante permanecendo no tegumento (larva
migrans) levando a lesões únicas ou múltiplas, urticariformes e lineares.
- Pulmonar: assintomáticos/
sintomáticos: síndrome benigna: síndrome de loeffler, hemorragina intralveolar,
dor torácica, tosse e expectoração. Sindrome maligna: febre alta, tosse,
expectoração mucopurulenta e sanguinolenta, dispeneia, dor toracia, tosse.
- Intestinal: Os sintomas mais comuns
são desde de dor epigástrica antes das refeições, que melhora com a alimentação
e piora com o excesso, diarréia em surtos, náuseas e vômitos, até síndromes
disentéricas com esteatorréia, seguidas de desidratação.
- Disseminada: Principalmente em
pacientes imunocomprometidos. Ocorrem dor abdominal, vômitos, diarréia intensa,
pneumonia hemorrágica, broncopneumonia bacteriana, insuficiência respiratória,
culminando em óbito.
Diagnóstico:
- Métodos Diretos
Específicos: Baermann Moraes, Rugai
Não específicos: Ritchie ou Formol éter,
Beagg ou MIFC
Cultura: Método de Loss, Bumpt, Harode
- Métodos indireto
Hemograma, testes imunológicos,
diagnóstico por imagem, diagnóstico por biologia molecular.
Epidemiologia:
- Distribuição mundial;
- Solo arenoso, rico em matéria
orgânica, úmido.
- Ausência de luz direta;
- Clima influi na maior ou menos
prevalência em determinadas áreas;
- Presença de fezes de homens ou animais
infectados, contaminando o solo;
- Presença de larvas infectantes
originárias dos ciclos direto e de vida livre no solo;
- Hábitos higiênicos inadequados.
Profilaxia:
- Uso de calçados;
- Combate as larvas no solo;
- Quimioterapia com anti helmíntico
- Higiene pessoal;
- Destino sanitário das excretas;
- Proteger água e alimentos.
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