sábado, 13 de abril de 2013

Strongyloides stercoralis


Strongyloides stercoralis

Larva filarióide

Introdução:
O S. stercoralis apresenta distribuição mundial, especialmente nas regiões tropicais, a maioria infectando mamíferos, entre eles cães, gatos e macacos. O parasito do cão é morfologicamente indistinguível do humano.
No Brasil, a importânica deste parasito como agente etiológico de estrongiloidiase ou estrongiloidose é por causa da elevada prevalência em regiões tropicais e subtropicais, a facilidade de transmissão, o caráter da cronicidade e auto-infecção, originando formas de hiperinfecção e disseminação, alem da possibilidade de reagudização em indivíduos imunodeprimidos, evoluindo muitas vezes para o óbito.
Trata-se de um parasita do intestino delgado; a doença  é negligenciada. Alguns fatores como neoplasia, diabete, e alcoolismo interferem no curso da doença. O individuo alcoólatra, por exemplo, possui a mucosa gástrica e intestinal destruída. A gestante infectada deve ser tratada após o parto. E existe um controle de cura parasitológico, no qual amostras de fezes coletados dia sim e dia não ( 7 amostras), devem ser negativas.

Ciclo biológico:


As larvas rabditóides eliminadas nas fezes do indivíduo são de 3 tipos diferentes: triplóides (3n) que evoluirá para larva filarióide infectante -> ciclo direto; diplóide (2n) evoluirá para fêmea de vida livre e haplóide (1n) que evoluem para macho de vida livre -> macho e fêmea completam o ciclo indireto. Isso ocorre devido a constituição da fêmea partenogenética. No ciclo indireto, os ovos originados do acasalamento das formas adultas de vida livre serão triplóides (3n) e as larvas rabditóides evoluem para larva filarióide infectante. Os ciclos direto e indireto se completam pela penetração ativa das larvas (L3) na pele, mucosa oral, esofágica ou gástrica, as larvas podem atingir a circulação venosa e linfática e seguem para os pulmões e coraçao. Nos capilares pulmonares, transformam-se em L4, atravessam a membrana alveolar e, através da migração pela arvore brônquica chegam a faringe. Podem ser expelidas ou deglutidas, atingindo o intestino delgado, onde se transforam em fêmeas partenogenéticas. Os ovos são depositados na mucosa intestinal e as larvas alcançam a luz intestinal. A auto infecção pode ocorrer pela transformação da larva rabditóide em filarióide na região perianal, ai penetrando, ou a transformação ocorre ainda na luz intestinal penetrando na mucosa (íleo ou cólon), causando hiperinfecção e disseminação.

Patogenia:
Formas graves:
- Antro pilórica do intestino grosso
- Interior das criptas da mucosa intestinal
- Secreção de lúmen intestinal
          Formas sistêmicas disseminadas:
- Fígado;
- Pulmões;
- Miocárdio;
- Ducto biliar;
- Vesicula biliar;
- Sistema nervoso central;
- Coração;
- Pâncreas;
Fatores pré disponentes:
- Migração das larvas no ciclo pulmonar;
- Permanência e multiplicação na mucosa intestina e locais ectópicos;
- Grau de infecção parasitária;
- Estado nutricional do hospedeiro;
- Estado imunológico do hospedeiro.
Manifestações clínicas:
- Cutânea: assintomática/ sintomáticos: eritrema, prurido, edema local, lesões urticariformes, placas eritemato- pruriginosa.
Ocasionalmente a larva filarióide assume um trajeto errante permanecendo no tegumento (larva migrans) levando a lesões únicas ou múltiplas, urticariformes e lineares.
- Pulmonar: assintomáticos/ sintomáticos: síndrome benigna: síndrome de loeffler, hemorragina intralveolar, dor torácica, tosse e expectoração. Sindrome maligna: febre alta, tosse, expectoração mucopurulenta e sanguinolenta, dispeneia, dor toracia, tosse.
- Intestinal: Os sintomas mais comuns são desde de dor epigástrica antes das refeições, que melhora com a alimentação e piora com o excesso, diarréia em surtos, náuseas e vômitos, até síndromes disentéricas com esteatorréia, seguidas de desidratação.
- Disseminada: Principalmente em pacientes imunocomprometidos. Ocorrem dor abdominal, vômitos, diarréia intensa, pneumonia hemorrágica, broncopneumonia bacteriana, insuficiência respiratória, culminando em óbito.

Diagnóstico:
- Métodos Diretos
Específicos: Baermann Moraes, Rugai
Não específicos: Ritchie ou Formol éter, Beagg ou MIFC
Cultura: Método de Loss, Bumpt, Harode
- Métodos indireto
Hemograma, testes imunológicos, diagnóstico por imagem, diagnóstico por biologia molecular.

Epidemiologia:
- Distribuição mundial;
- Solo arenoso, rico em matéria orgânica, úmido.
- Ausência de luz direta;
- Clima influi na maior ou menos prevalência em determinadas áreas;
- Presença de fezes de homens ou animais infectados, contaminando o solo;
- Presença de larvas infectantes originárias dos ciclos direto e de vida livre no solo;
- Hábitos higiênicos inadequados.

Profilaxia:
- Uso de calçados;
- Combate as larvas no solo;
- Quimioterapia com anti helmíntico
- Higiene pessoal;
- Destino sanitário das excretas;
- Proteger água e alimentos.

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