Introdução:
1758- É um parasito de canais biliares
bovinos, ovinos, caprinos, suínos e vários mamíferos silvestres. È encontrada
em quase todos os países do mundo, nas áreas úmidas, alagadiças ou sujeitas a
inundações periódicas.
1918- Assinalada no Brasil pela primeira
vez. Atualmente se encontra em Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de
Janeiro, Espirito Santo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul (na Bahia ocorreram
casos humanos não autóctones). Esse verme pode ocasionalmente, parasitar o
homem e no Brasil já foram assinalados numerosos casos. Todos os casos
ocorreram em regiões onde a prevalência é bastante alta, variando de 10% até
741% de parasitismo.
Importância:
Trata-se de uma zoonose, doença que
passa naturalmente do homem para o animal e do animal para o homem (sempre
animais vertebrados).
WHO 2008- É uma doença tropical
negligenciada. Mais de 90 milhões de pessoas estão sob risco.
A fascíolose, também chamana de
fascilíase ou distomatose é uma doença de importância alimentar (agrião,
alface). Em paises andinos de elevadas altitudes, a existência de rios de pouca
profundidade e de águas cristalinas decorrente do degeto, favorece, o
desenvolvimento da Lymnaea (molusco-
hospedeiro intermediário).
É do tipo heteroxênico, uma vez que
necessita de hospedeiro intermediário (caramujos principalmente das espécies Lymnaea columela e L. viatrix.
Os adultos põem ovos operculados com a
bile, passam para o intestino, de onde são eliminados com as fezes. Encontrando
condições favoráveis para eclodir: temperatura (25-30°C), umidade e ausência de
putrefação, dando origem a um miracídio. O miracídio só sai do ovo em contato
com a água e estimulado pela luz solar, levantando o opérculo e passando pelo
orifício. O muco produzido pelo molusco atrai o miracídio que nada
aleatoriamente até perceber o muco e dirigir-se até ele. Só completarão o ciclo
os miracidios que alcançarem a Lymnaea. De 3 a 5 miracídios por molusco é o
ideal para a produção de cercarias. Cada miracídio forma um esporocisto, que dá
origem a várias (5 a 8) rédias. Essas podem dar origem a rédias de 2° geração
(quando as condições do meio são adversas) ou cercárias. Logo que sai do
caramujo, nada alguns minutos e depois perde a cauda, com a secreção de
glândulas cistogênicas, encista-se, indo para o fundo da água, é a metacercaria
(cercaria encistada). O homem ou anima infecta-se ao beber água ou comer
verdura (como o agrião) com metacercária. Esta desencistam-se no intestino
delgado, perfuram a parede do mesmo, caem na cavidade peritoneal, perfuram a
cápsula hepática e começam a migrar pelo parênquima hepático. Dois meses depois
estão nos ductos biliares.
Patogenia:
Formas imaturas: parênquima hepático
(sempre presente). Ocorrerá ação enzimática da forma imatura digerindo o
tecido, levando à rastro de parênquima, essas destruição/lesão vai formar
tecido conjuntivo fibroso e necrose.
Formas adultas: passa para vias
biliares. Em decorrência do movimento por contração e dos espinhos do tegumento
haverá lesão e ulcerações que desencadeará inflamação e reação cicatricial
(tecido fibrosado diminuindo absorção) e consequentemente, redução do fluxo
biliar e insuficiência renal.
Sintomatologia:
-Aguda: febre 40°, anemia,
hepatomegalia, aumenta eosinófilos no sangue (60 a 80%) e urticária.
-Crônica: dor abdominal, emagrecimento,
icterícia, hepatoesplenomegalia, urticária, anemia, cálculos biliares,
obstrução das vias biliares, intolerância a alimentos gordurosos.
Diagnóstico:
O diagnóstico clínico é difícil de ser
realizado, o laboratorial pode ser feito a pesquisa de ovos nas fezes ou na
bile (tubagem). O diagnostico sorológico oferece maior segurança.
Indicados: Intradermorreação,
Imunofluorescência, reação de fixação do complemento e ELISA.
Epidemiologia:
Os fatores mais importantes na
fasciolose humana são:
- Criação de ovinos e bovinos em pastos
e áreas úmidas e alagadiças;
- Longevidade dos ovos nos pastos
durante os meses frios;
- Presença de Lymanaea nesses pastos;
- Longevidade da metacercária (até um
ano) na vegetaçao aquatica;
- Presença de roedores e outros
reservatórios nessas regiões, disseminando o parasito pelas areas alagadiças,
ainda indenes da Fasciola hepatica;
- Hábito de pessoas comerem agriao ou
beberem agua proveniente de córregos ou em minas, em regiões onde o parasito é
encontrado em animais domésticos ou silvestres.
Profilaxia:
- Evitar a disseminação;
- Destruição dos caramujos (uso de
moluscocidas- sulfato de cobre);
- Drenagem de pastagens umidas e
alagadiças;
- Criaçao de moluscos predadores;
- Uso de solução aquosa de látex;
- Vacinaçao dos animais;
- Proteçao do homem (não beber agua
proveniente de algadiças ou corregos);
- Não plantar agriao em area que possa
ser contaminada por fezes de ruminantes;
- Não consumir agriao proveniente de
zonas em que essa helmintose tiver prevalencia alta.
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