sábado, 13 de abril de 2013

Fasciola hepática


Fasciola hepatica


Parasito adulto

Introdução:
1758- É um parasito de canais biliares bovinos, ovinos, caprinos, suínos e vários mamíferos silvestres. È encontrada em quase todos os países do mundo, nas áreas úmidas, alagadiças ou sujeitas a inundações periódicas.
1918- Assinalada no Brasil pela primeira vez. Atualmente se encontra em Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espirito Santo, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul (na Bahia ocorreram casos humanos não autóctones). Esse verme pode ocasionalmente, parasitar o homem e no Brasil já foram assinalados numerosos casos. Todos os casos ocorreram em regiões onde a prevalência é bastante alta, variando de 10% até 741% de parasitismo.

Importância:
Trata-se de uma zoonose, doença que passa naturalmente do homem para o animal e do animal para o homem (sempre animais vertebrados).
WHO 2008- É uma doença tropical negligenciada. Mais de 90 milhões de pessoas estão sob risco.
A fascíolose, também chamana de fascilíase ou distomatose é uma doença de importância alimentar (agrião, alface). Em paises andinos de elevadas altitudes, a existência de rios de pouca profundidade e de águas cristalinas decorrente do degeto, favorece, o desenvolvimento da Lymnaea (molusco- hospedeiro intermediário).

Ciclo biológico:



É do tipo heteroxênico, uma vez que necessita de hospedeiro intermediário (caramujos principalmente das espécies Lymnaea columela e L. viatrix.
Os adultos põem ovos operculados com a bile, passam para o intestino, de onde são eliminados com as fezes. Encontrando condições favoráveis para eclodir: temperatura (25-30°C), umidade e ausência de putrefação, dando origem a um miracídio. O miracídio só sai do ovo em contato com a água e estimulado pela luz solar, levantando o opérculo e passando pelo orifício. O muco produzido pelo molusco atrai o miracídio que nada aleatoriamente até perceber o muco e dirigir-se até ele. Só completarão o ciclo os miracidios que alcançarem a Lymnaea. De 3 a 5 miracídios por molusco é o ideal para a produção de cercarias. Cada miracídio forma um esporocisto, que dá origem a várias (5 a 8) rédias. Essas podem dar origem a rédias de 2° geração (quando as condições do meio são adversas) ou cercárias. Logo que sai do caramujo, nada alguns minutos e depois perde a cauda, com a secreção de glândulas cistogênicas, encista-se, indo para o fundo da água, é a metacercaria (cercaria encistada). O homem ou anima infecta-se ao beber água ou comer verdura (como o agrião) com metacercária. Esta desencistam-se no intestino delgado, perfuram a parede do mesmo, caem na cavidade peritoneal, perfuram a cápsula hepática e começam a migrar pelo parênquima hepático. Dois meses depois estão nos ductos biliares.


Patogenia:
Formas imaturas: parênquima hepático (sempre presente). Ocorrerá ação enzimática da forma imatura digerindo o tecido, levando à rastro de parênquima, essas destruição/lesão vai formar tecido conjuntivo fibroso e necrose.
Formas adultas: passa para vias biliares. Em decorrência do movimento por contração e dos espinhos do tegumento haverá lesão e ulcerações que desencadeará inflamação e reação cicatricial (tecido fibrosado diminuindo absorção) e consequentemente, redução do fluxo biliar e insuficiência renal.
Sintomatologia:
-Aguda: febre 40°, anemia, hepatomegalia, aumenta eosinófilos no sangue (60 a 80%) e urticária.
-Crônica: dor abdominal, emagrecimento, icterícia, hepatoesplenomegalia, urticária, anemia, cálculos biliares, obstrução das vias biliares, intolerância a alimentos gordurosos.

Diagnóstico:
O diagnóstico clínico é difícil de ser realizado, o laboratorial pode ser feito a pesquisa de ovos nas fezes ou na bile (tubagem). O diagnostico sorológico oferece maior segurança.
Indicados: Intradermorreação, Imunofluorescência, reação de fixação do complemento e ELISA.

Epidemiologia:
Os fatores mais importantes na fasciolose humana são:
- Criação de ovinos e bovinos em pastos e áreas úmidas e alagadiças;
- Longevidade dos ovos nos pastos durante os meses frios;
- Presença de Lymanaea nesses pastos;
- Longevidade da metacercária (até um ano) na vegetaçao aquatica;
- Presença de roedores e outros reservatórios nessas regiões, disseminando o parasito pelas areas alagadiças, ainda indenes da Fasciola hepatica;
- Hábito de pessoas comerem agriao ou beberem agua proveniente de córregos ou em minas, em regiões onde o parasito é encontrado em animais domésticos ou silvestres.

Profilaxia:
- Evitar a disseminação;
- Destruição dos caramujos (uso de moluscocidas- sulfato de cobre);
- Drenagem de pastagens umidas e alagadiças;
- Criaçao de moluscos predadores;
- Uso de solução aquosa de látex;
- Vacinaçao dos animais;
- Proteçao do homem (não beber agua proveniente de algadiças ou corregos);
- Não plantar agriao em area que possa ser contaminada por fezes de ruminantes;
- Não consumir agriao proveniente de zonas em que essa helmintose tiver prevalencia alta.

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